O teto se abre, a água jorra, a casa alaga.
A fatalidade acontece, a morte chega, o vazio se instala.
O sol nasce, a doença surge, o tempo para.
Por que eu?
Não fiz mal a ninguém.
Há tantas pessoas ruins no mundo.
Não deveria ter acontecido comigo.
Não mereço.
Não é uma questão de merecimento.
Todos temos um poço aberto no meio da sala.
Por que não eu?
A dor não é privilégio de ninguém.
Que texto lindo, Cássia! Merecimento não parece ser bom termômetro pra quase nada.
Abçs.