Daisy Jones & The Six, o livro

Literatura

Eu vi o burburinho nas redes sociais sobre a estreia da série Daisy Jones & The Six, uma adaptação do livro de mesmo nome, e acabei assistindo ao teaser na Amazon Prime. Na hora, eu pensei: “Melhor comprar o livro agora, com a capa original, porque vai que eu me apaixono…”.

Adivinha o que aconteceu?

Daisy Jones & The Six conta a história de uma banda de grande sucesso nos anos 1970, que rompeu abruptamente depois de um show no dia 12 de julho de 1979. Ninguém nunca soube o motivo, até que os integrantes contam, décadas depois, como tudo aconteceu. A questão é: essa é uma obra de ficção.

Escrito por Taylor Jenkis Reid em formato de entrevista, é difícil acreditar que aquelas pessoas não existiram e aqueles acontecimentos também não. Nós acreditamos naquela história e naqueles personagens, além disso, a autora foge dos clichês, tão comuns em obras do gênero, e da glamorização das drogas. Também fala sobre as mulheres sem ser panfletária, os caminhos e as escolhas das personagens falam por si.

Eu terminei a leitura apaixonada por uma banda que nunca existiu.

A série estreia no Amazon Prime no dia 3 de março de 2023. Mês que vem eu volto para falar sobre ela. Até lá, se puderem, leiam o livro. Vale muito a pena.

Essa é a capa original da edição brasileira. A autora já divulgou a nova capa, com uma foto da Daisy Jones da série, mas não sei será lançada também no Brasil. Por via das dúvidas, quem também amou essa capa é melhor garantir o seu exemplar.

Todas as flores

Internet, Televisão

Novela escrita por João Emanuel Carneiro especialmente para o streaming, Todas as flores conta a história de Maíra, uma moça com deficiência visual que, depois da morte do pai, vai morar com a mãe e a irmã, ambas desconhecidas por ela.

No total, serão 85 capítulos, sendo que 45 estão disponíveis no Globoplay. Os outros 40 capítulos começarão a ser exibidos em abril, depois do fim do Big Brother Brasil. Todos os capítulos têm a opção de audiodescrição (muito bem-feita, por sinal). No segundo semestre, a novela será exibida na TV aberta.

Graças a Todas as flores, minha mãe descobriu a palavra “maratonar”: toda semana, quando cinco novos capítulos ficavam disponíveis, ela queria assistir a tudo de uma vez. “Vamos ver mais um?”, e em dois dias terminávamos tudo.

É novelão mesmo, no melhor sentido da palavra. Tem mocinha íntegra e inteligente, tem mocinho tonto, tem vilã com um mínimo de compaixão, outra vilã que amamos odiar, tem gente enganada, tem gente esperta, tem romance, tem traição, tem reviravolta a cada capítulo. Todas as flores é boa demais, tanto que conseguimos relevar qualquer incongruência na história (eu finjo que não notei).

Todas as flores está disponível no Globoplay.

Trailer de Todas as flores, Globoplay.

The White Lotus

Séries

Se você gosta de séries e acompanha as informações sobre o assunto, provavelmente, já ouviu falar da série The White Lotus. As histórias mudam a cada temporada: a primeira fala de dinheiro e relações de poder; a segunda fala de sexo e relações afetivas.

Assisti às duas temporadas na sequência e gostei demais da primeira e não gostei da segunda.

Trailer da primeira temporada de The White Lotus


Ambas as temporadas são muito boas, é uma questão de interesse e gosto meu mesmo. Achei a primeira mais interessante, terminei de assistir com a sensação de “Que série boa!”. A segunda esbarra em vários clichês e em alguns momentos eu me perguntava “Sério mesmo?”. Em todo caso, para quem gosta de série bem-escrita é um prato cheio.

Trailer da segunda temporada de The White Lotus


Quer uma análise mais aprofundada? A Isabela Boscov falou sobre a temporada 1 e a temporada 2.

As duas temporadas estão disponíveis na HBO Max.

O Assunto

Sociedade

O podcast “O Assunto” estreou em 2019, apresentado pela jornalista Renata Lo Prete. No fim de 2022, o comando passou para a também jornalista Natuza Nery.

Eu acompanho “O Assunto” há uns dois ou três anos, pelo menos; além de gostar demais tanto da Renata quanto da Natuza, os temas discutidos são sempre atuais e as entrevistas são realizadas com especialistas na discussão em questão. Eu aprendo demais e sou fã.

No episódio de hoje, terça-feira, a Natuza Nery entrevistou a antropóloga Isabela Kalil, coordenadora do Observatório da Extrema Direita. Quer entender os acontecimentos de domingo, em que as sedes dos Três Poderes foram depredados, e como chegamos até aqui? Ouça uma aula em meia hora.

Eu inseri o link do Spotify, mas “O Assunto” está disponível em diversas plataformas de áudio. É só escolher o seu preferido e se informar.

A luta contra as palavras

Literatura, Sociedade

De uns tempos para cá, nossa sensibilidade linguística parece ter-se exacerbado. Antes, havia palavras proferidas com o intuito de ofender, os chamados palavrões. Bons tempos! As coisas eram mais claras, pois todos sabíamos quais eram os termos, de fato, insultuosos. Hoje, a qualquer momento, podemos ser pilhados em flagrante delito linguístico ao usar corriqueiramente alguma palavra cujo teor preconceituoso, recém-desvelado por algum perscrutador de ignomínias, nos tenha escapado.

[…]

Aos saudosistas restarão o Museu da Língua Portuguesa, que, aliás, já existe, e as bibliotecas que não tiverem perdido de vez o sentido. Hoje luta-se contra as palavras. Bons tempos aqueles em que o poeta lutava com as palavras.

Trechos de “A luta contra as palavras”, de Thaís Nicoleti. Para ler o texto completo, aqui.